14 fevereiro 2008

cartas...

escrevia com caligrafia dos esperançosos. dos romanticos que ainda crêem no amor. falava do futuro sem que houvessem dúvidas do nosso destino. e eu adorava. lia as cartas com paixão de criança, com uma ingenuidade muito pura. adorava ter certeza do futuro, e adorava o futuro como ele dizia. aquelas cartas, escritas com tinta nanquim, por vezes borradas com marcas de dedos, provocavam uma revolução em mim. passava dias sonhando, esperando o futuro tão prometido.


hoje continuo recebendo as cartas. mas elas não passam de registros com caneta esferográfica.


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